Ainda na história da cosmetologia, encontramos a rainha Elizabeth I, que viveu na Inglaterra de 1500. Muitas fragrâncias italianas e francesas eram importadas por ela. Os tratamentos de beleza daquela época também ofereciam riscos: as mulheres aplicavam chumbo branco e mercúrio para obter uma pele pálida. Esses metais eram absorvidos e ocasionavam mortes.
O chumbo era misturado ao vinagre para formar uma pasta denominada “cerusa”. Esse metal causava queda de cabelo e explicava a “moda” de testas extensas. O óleo à base de ácido sulfúrico (corrosivo), misturado ao extrato de ruibarbo, era usado como tônico e clareador capilar. Obviamente, também causava queda de cabelo. Batons eram feitos com uma mistura de cochonilha (pequeno inseto) e cera de abelha. Sombras brilhosas eram feitas a partir de pó de pérolas. Vinho tinto, leite de burra, água de chuva e até mesmo urina eram usados como clareadores faciais.
As sardas eram indesejáveis, e um dos remédios para removê-las era a infusão de folhas de sabugueiro com seiva de vidoeiro e enxofre. Tal mistura era aplicada à pele ao luar e removida pela manhã com manteiga fresca. Claras de ovos batidas eram utilizadas como firmadoras da pele. Para combater os efeitos nocivos das pastas de chumbo, máscaras faciais eram feitas à base de raízes de aspargos e leite de cabra e aplicadas com pão morno.
Os cabelos eram lavados a seco com argila em pó. Eram, então, escovados, para que a oleosidade e a sujeira fossem absorvidas. Os penteados exóticos estavam na moda, e um gel capilar era feito à base de dejetos de andorinhas e sebo de lagartixa.
Tomar banho não era um hábito, pois se acreditava que enfraqueciam o organismo. Era necessário usar perfumes para encobrir os odores. Todos os sabões eram perfumados com essência de lavanda. Na época da Revolução Francesa, as perucas e os cosméticos estavam na moda entre homens e mulheres. Era muito comum manter o cabelo curto e sujo por baixo da peruca, embora o xampu já tivesse sido inventado. As perucas eram feitas de lã e gordura animal e eram altamente inflamáveis.
Os benefícios estão sempre atrelados aos riscos. Passados 400 anos, a humanidade continua buscando recursos para se embelezar. A essa busca, agregamos a necessidade de determinar a segurança daquilo que nos torna mais belos.
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