segunda-feira, 29 de março de 2010

Mulheres maduras colocam as pernas de fora


 Costuma-se dizer que depois dos 40 anos mulher alguma deve vestir minissaia. Mas aí vem a atriz americana Sharon Stone, 51 anos, e subverte a ordem das coisas. 

Ao pisar o tapete vermelho do Festival de Cannes usando um vestido Balmain curto, muito curto, ela roubou a cena. Com suas pernas de fora ofuscou suas colegas de profissão mais jovens colocando em xeque o que uma mulher com mais de 50 anos pode ou não vestir. 

Consultoras de moda são unânimes em afirmar que nada mais é proibido quando o assunto é moda. O que prevalece agora é o bom senso. "Se a mulher está com o corpo e as pernas em dia, não vejo o menor problema. A ditadura da estética está caindo cada vez mais", garante a consultora de moda Sílvia de Souza, que aponta as atrizes Christiane Torloni e Vera Fischer como exemplos desta tendência.
 

A jornalista Glória Maria, adepta incondicional do comprimento curto, é outra prova viva da teoria de Sílvia. Com pernas torneadas, ela desfila sem medo vestidos bem acima dos joelhos.
 

"Não são os outros nem a idade que determinam o que posso vestir. O Brasil tem essa caretice de estabelecer tabus. O que importa é a pessoa estar bem. E para chegar a esta conclusão é preciso se
 olhar de maneira crítica", analisa ela, que mantém a ótima forma caminhando no calçadão. 

Para a consultora de moda Glória Kalil, independentemente da idade, é preciso tomar cuidado antes de adotar um modelito curto. "Pode ficar over para quem tem mais de 50 anos. E as jovens, acima do peso, também devem ter discernimento." Em resumo: um bom espelho é sempre a melhor solução.


quinta-feira, 25 de março de 2010

Nem sempre amar é o bastante - Lya Quadros

Eu queria ver de novo o seu sorriso

Eu queria poder dar o que você perdeu
Poder ser o seu refúgio, o seu abrigo
Poder ser a luz capaz de te salvar do breu

Mas nem sempre amar é o bastante

Eu queria poder ser seu paraíso
Eu queria te dar mais do que alguém te deu
Te dizer que vai poder contar comigo

Hoje e sempre, porque tudo que eu tenho é seu

Mas nem sempre amar é o bastante

Eu não sei quanto tempo vai levar
Para arrumar as coisas dentro de mim
Mas uma hora tudo vai se encaixar
E eu vou me olhar no espelho e voltar a sorrir

Um dia dificíl (Florbela Espanca)

Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera Não me lembrar! Em tardes dolorosas Eu lembro-me que fui a Primavera Que em muros velhos fez nascer as rosas! As minhas mãos, outrora carinhosas, Pairavam como pombas... Quem soubera Porque tudo passou e foi quimera, E porque os muros velhos não dão rosas! São sempre os que eu recordo que me esquecem... Mas digo para mim: "Não me merecem..." E já não fico tão abandonada! Sinto que valho mais, mais pobrezinha: Que também é orgulho ser sozinha, E também é nobreza não ter nada! (Florbela Espanca)

terça-feira, 23 de março de 2010

Decoradora diz que nunca teve crise de idade

PAULO SAMPAIO


da Revista da Folha

"Nunca tive crise de idade. Quando fiz 60, foi o dia mais feliz da minha vida. O segredo é que sempre havia sido muito bem amada, e continuava sendo. Tive poucos amantes, mas muito bons, até 60 e poucos anos, o que é um luxo", conta a decoradora Sílvia Kowarick, que não revela a idade exata, mas diz ter passado dos 70.

Primeira a aparecer na sessão de fotos, Sílvia esperou elegantemente duas horas até que todas chegassem -mesmo quando Marília Gabriela telefonou dizendo que estava presa no trânsito, por causa da forte chuva, ela não perdeu o humor.

"Deveria ter trazido a minha peruca preta", disse, vendo Isabella Fiorentino, Andréa Bilinski e Adriana Maluf passarem as mãos pelos cabelos lisos e brilhantes, em frente ao espelho do cabeleireiro improvisado na ante-sala do estúdio.

Sem dúvida, o humor tem desopilado o fígado de Sílvia ao longo da vida -louca por um uisquinho (de preferência, com soda) e por um salão (de festa), ela diz que "graças a Deus" sempre teve uma vida social muito intensa. "Não posso me queixar, eu aproveitei muito. Acho que por isso eu continuo inteira -tenho um background de vida que me abastece de bons momentos", explica.

A vida de Sílvia se divide em antes da separação, aos 38 anos, e depois. Na primeira fase, que ela considera tão boa quanto a segunda, teve três filhos, viajou e praticou seu esporte favorito, o hipismo. "A gente vivia jogando pólo na Europa: saíamos daqui com 16 cavalos, de navio. Por 20 anos, tudo o que eu fazia era montar. Fazia salto, dressage e cross country."

Um dia, o marido a deixou por outra. Começou a segunda fase: "Meus filhos vieram até mim, em fileirinha, e disseram: 'Mãe, a vida é sua, a senhora faz dela o que quiser'. Eles sempre me paparicaram muito", diz.

Sílvia começou a trabalhar com o que sabia fazer, decoração. Abriu, com uma amiga, a loja Plano's, "a mais bonita e bem frequentada da cidade". "O pessoal aparecia lá no fim de tarde, para bebericar, e criou-se o hábito de uma happy hour informal. Tempos depois, abrimos um bar com o mesmo nome", lembra.

Ela se levanta e pega dois artigos publicados na época em "Vogue" e em "Interview", com os títulos: "Personagem da Cidade" e "Our Lady in Town". "Até hoje, saio muito, mas não sinto mais segurança para chegar às seis da manhã e dar bom dia ao sol de vestido longo", diz.

Nas colunas sociais, aparecia sempre com amigos como o decorador José Duarte de Aguiar e o empresário Aparício Basílio da Silva (já mortos). "Uma mulher sozinha é muito boicotada socialmente, barrada mesmo. Mas eu sempre tive o meu lugar", conta Sílvia.

Com os amigos homossexuais, ela frequentou muito o "grand monde". "Queria me divertir e tive a sorte de encontrar companheiros maravilhosos. Era festa todo dia, a gente viajava, tinha o 54, em Nova York, o Regines, em Paris, eu ia em tudo."

Embora diga que sempre gostou se "apresentar bem nas festas", Sílvia não sabe citar nomes de grifes. "Na minha época, a gente não tinha essas preocupações específicas. Trazia coisas boas, de fora, mas sem olhar muito para o nome na etiqueta. Você acredita que eu nunca entrei na Daslu? Não sou de me emperequitar, me visto muito esporte, nem uso cremes, e só fiz uma plástica, aos 45. Se não tivesse medo, faria mais", diz.

Sobre eventuais vícios adquiridos na época mais festeira, ela diz que se manteve fiel ao Black Label com bastante gelo e soda. "Drogas? Nunca experimentei, uma falha na minha vida. Outro dia, meu médico, que é genial, disse: 'Quando é que você vai parar de beber uísque? Bebe vinho!' Cuido do meu peso, não como muito, sempre preferi exagerar na bebida do que na comida."

O cigarro ela deixou "fantasticamente", depois de 35 anos. "Parei de fumar de um dia para outro, quando vi na TV, em um especial, que os alvéolos (pulmonares) são como um campo de avencas ao vento -levinhos, suaves. Eu olhei e disse: 'Meu Deus, o que eu fiz com o meu pulmão esses anos todos!' Deixei de fumar no outro dia e, ao cometer esse desatino, engordei dez quilos. Depois, felizmente, perdi 12."

A produção chama Sílvia para fazer a foto. Ela entra no fundo infinito branco cheia de humildade e, de repente, acende como um farol. "Ela é maravilhosa", diz o fotógrafo Rafael Assef, enquanto Sílvia alterna as poses e ri de si mesma.

SÍLVIA KOWARICK, + de 70

O que come: pouca carne -mais frango e peixe- muita salada, verdura e frutas. Faz as três refeições, mas à noite come menos

Vitaminas: C e E

Água: mais de um litro por dia

Ginástica: personal trainer três vezes por semana, em casa, e caminhada de manhã

Cigarro: parou há mais de 20 anos

Texto enviado pela Eleika ****** Amei

Visita de rotina aos médicos. Todo ano a mesma peregrinação. Mastologista, ginecologista, oftalmologista, dentista...

Mas um dia, resolvi incluir um "ISTA"novo na minha odisséia.... Um DERMATOLOGISTA...
Já era hora de procurar uns creminhos mágicos para tentar retardar ao máximo as marcas da inevitável entrada nos ENTA.
Para ser sincera e nem um pouco modesta, entrei gloriosa nesta seita, com direito a uma festa memorável, que durou até as 10 horas da manhã do dia seguinte. Festa com música ao vivo, Los Años Dorados, na melhor boite da cidade, todos os amigos, fotografias... tudo maravilhoso. Na verdade, sentia-me espetacular. Tudo certo. Ninguém podia cantar para mim a ridí­cula frase da Calcanhoto 'nada ficou no lugar....'
Mas não sei o que deu no espelho lá de casa, que resolveu, do dia para a noite, tomar ares de conto de fadas. Aliás, de bruxas. E mostrar coisinhas que nunca haviam aparecido (ou eu não havia notado?). Pontinhos azuis nos tornozelos, pintinhas negras no colo, nos braços, bolinhas vermelhas na bunda... olheiras mais profundas...
Como assim???
Assim... Sem avisar nem nada. De repente, o idiota resolveu mostrar e pronto.
Ah, não! Isso não vai ficar assim.
Um "ista" novo na lista do convênio. O melhor.
Queria o melhor especialista de todos os "istas"!
Achei. Marquei. E fui tão nervosa quanto para um encontro 'bem intencionado' daqueles em que a gente escolhe a roupa íntima com cuidado, que é para não fazer feio.... nem parecer que foi uma escolha proposital... sabe como é, né?
Pois sim. O sujeito era um dermatologista famoso.
Via e cutucava a pele de toda a nata feminina e masculina da cidade..
Assim, me armei de humildade.
Disposta a mostrar cada defeitinho novo que estava observando, através do maquiavélico e ex-amigo espelho de meu quarto. Depois de fazer uma ficha com meus dados, o 'doutor' me olhou finalmente nos olhos, e perguntou: 'O que lhe trouxe aqui?'
Fiquei vermelha como um tomate. E muda.
Ele sorriu e esperou.
Quase de olhos fechados, desfiei minhas queixas.
Ele observou 'in loco' cada uma delas, com uma luz de 200wtz e uma lupa...
E começou o seu diagnóstico.
'As pintinhas são sinais do Sol, por todo o Sol que já tomou na vida. Com a IDADE (tóin!) elas vão aparecendo, cada vez mais numerosas. Vai precisar de um protetor solar para sair de casa pela manhã, mesmo sem ir à praia. Para dirigir inclusive. Braços e pernas e rosto e pescoço. E praia? Evite. Só de 6 às 10 da manhã, sob proteção máxima, guarda sol, óculos e chapéu. Bronzear-se, nunca mais.'
-Ahmmm... (a turma só chega às 11:00 !!!!)
-'Os pontinhos azuis são pequenos vasos que não suportam a pressão do corpo sobre saltos altos. Evite. Use sapatos com solado anabela ou baixos, de preferência. Compre uma meia elástica, Kendall, para quando tiver que usar saltos altos.
-Ahmmmaaaa.. .(Kendall??? E as minhas preciosas sandalinhas???)
-'As bolinhas na bunda são normais, por causa do calor. Para evitá-las use mais saias que calças. Evite o jeans e as calcinhas de lycra. As de algodão puro são as melhores... E folgadas..'
-Ahmnunght?? ?? (e pude 'ver' as de minha mãe, enormes na cintura, de florzinhas cor de rosa..... vou chorar!).
-'As olheiras são de família. Não há muito o que fazer. Use esse creminho à noite, antes de dormir e procure não dormir tarde. Alimentação leve, com muita fruta e verdura, pouca carne e muito peixe. Nada de tabaco, nem álcool... Nem café.'
E então a histérica aqui­ começou a rir....
Agradeci, peguei suas receitinhas e saí­ rindo, rindo....
Me dobrando de tanto rir! No carro comecei a falar sozinha.... Tudo o que deveria ter dito e não disse: 'Trabalho muito, doutor... muitas noites vou dormir às 2h, escrevendo e lendo.
Bebo e fumo. Tomo café. Saio pelas noites de boemia com os amigos e seus violões para as serenatas de lua cheia.... E que noites!!!! Adoro os saltos, principalmente nas sandálias fininhas. Impossível a meia elástica (argh!!). Calcinhas de algodão? E folgadas??? Adoro as justinhas e rendadas... E não abandono meu jeans nem sob ameaça de morte!!! É meu melhor amigo!!!!
Dormir lambuzada? Neste calor? E minhas duchas frias com sabonete Johnson para ficar fresquinha como um bebê, cada noite?
E nada de praia??? O senhor está louco é??? Endoideceu foi??? Moro em Recife, com esse mar e tudo.... E tenho só 40 anos.... Meia vida inteira pela frente!!! Doutor Filistreco, na minha idade não vou viver como se tivesse feito trinta anos em um!!! Até um dia desses tinha 39... E agora em vez de 40 estou fazendo 70???
Inclua aí na sua lista de remédios para as de 40 a 60, MEIA LUZ...
Acho que é só disso que eu preciso. Um bom abajour com uma luz de 15wts... E um namorado que use óculos... É isso... só isso!!! Entendeu???? '
Parei no sinal e olhei de lado... e um cara de uns 25 anos piscou o olhou para mim. Ah... e ele nem usava óculos!
Nunca fiz o que me recomendou o filistreco ISTA...
Minhas olheiras são parte de meu charme..
E valem o que faço pelas noites a dentro.... ah!!! se valem!
As bolinhas da bunda desapareceram com uma solução caseira de vitamina A, que quase todas as mulheres usavam e eu não sabia, até que contei minha historinha do 'bruxo mau'.
Os sinaizinhos estão aqui... sem grandes alardes... e até que já acho bonitinho.
O espelho é muito menor... o outro, eu dei a minha filha.
E meu namorado diz que estou cada dia mais linda! Principalmente quando estou de saltos e rendas, disposta a encarar uma noite de vinhos e música.
É claro que ele usa óculos.
Mas quando quero ficar fatal, tiro os seus óculos... e acendo o abajour.
'No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é, e outras, que vão te odiar pelo mesmo motivo. Acostume-se....'

segunda-feira, 22 de março de 2010

Crônica de Marta Medeiros


Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. 
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito! 
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim. 
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida. 
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto. 
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.
Até que algo sensacional aconteceu...
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele.  Ele quem mesmo???
Martha Medeiros
"Nascemos e morremos sós...........por isso a nossa vida está em nossas mãos.. .é uma baita sacanagem deixar pro outro a responsabilidade de nos fazer feliz, pois somos totalmente responsáveis pela vida que optamos ter!!!!"
Torne-se uma pessoa linda pra você mesma, reconheça seu valor... E se ele não percebê-lo (valor) por achar que existem outras coisas ou pessoas mais importante na vida dele: ah minha querida! Sai fora! Você é mulher demais para ele!

“Nunca se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar"  

quarta-feira, 17 de março de 2010

Por Que Mulheres Inteligentes Se Apaixonam Por Homens Idiotas? - Texto de Lya Quadros, do O Que Eu Não Disse, adaptado para o Diva Diz

É fato, meu bem! Toda mulher inteligente em algum momento da vida já se apaixonou por um idiota. Ou melhor, toda mulher inteligente já se apaixonou por alguns idiotas ao longo da vida. Eu fico NUDE, mas é a mais pura verdade! E sempre que uma mulher inteligente percebe que isso aconteceu mais uma vez, ela se sente a mulher mais estúpida do mundo, e se pergunta milhares de vezes: Por que mulheres inteligentes se apaixonam por homens idiotas? Esta pergunta ecoa em sua mente sem cessar, mas, como parece um dos grandes mistérios do universo, para o qual não existe resposta, depois de um tempo – curto ou extenso -, de uma inevitável dor de cotovelo – leve ou intensa – somada a uma atordoante ressaca moral, a pergunta se cala e a mulher volta a agir como um ser pensante. Porém, como a sua pergunta não foi respondida, não houve uma lição clara, e sem lição, não houve aprendizado. E assim, mulheres inteligentes permanecem suscetíveis a caírem de amores por homens idiotas.


Embora uma resposta precisa seja impossível, como qualquer explicação sobre o comportamento humano, vão aqui algumas teorias de porque mulheres inteligentes se apaixonam por homens idiotas, que podem ao menos contribuir para que elas identifiquem fatores que podem conduzi-las a situações de risco. Porque nessa vida, minhas lindas, viver já é um risco por si só!
A Síndrome dos Contos de Fada acomete praticamente todas as mulheres vida afora. E é uma síndrome bastante difícil de ser curada, tendo em vista ter sido forjada na infância, momento decisivo de construção de crenças, e ser repetidamente alimentada ao longo do tempo, por todo um arsenal cultural, que passa por livros, filmes, novelas, revistas…


A grande maioria das mulheres foi criada ouvindo ou lendo contos de fada. Salvo poucas exceções, a estrutura narrativa do conto de fada é bem simples: uma mocinha/princesa, um vilão, um salvador/príncipe. Vamos analisar os contos de fada clássicos:

• Cinderela: uma moça maltratada, uma madrasta má, um príncipe.

• Branca de Neve: uma moça envenenada, uma madrasta má, um príncipe

• A Bela Adormecida: uma moça adormecida, uma madrasta má, um príncipe

• A Bela e a Fera: uma moça encantadora, uma feiticeira, e uma fera (que vira príncipe)

• A Princesa e o Sapo: uma moça boa, uma feiticeira, e um sapo (que vira príncipe)

Todas essas histórias tem em comum uma idéia de amor que supera qualquer obstáculo. Um amor capaz de ver além das aparências, de vencer até a morte. Um amor perfeito, que, se não for impossível, é extremamente improvável encontrar. Uma história, por si só, surreal! Mas é essa a primeira idéia de amor que recebemos. E ela vai além: mais que perfeito, esse amor é eterno, sacramentado com o “…e viveram felizes para sempre”.

Esses contos de fada, que serviram como importante instrumento ideológico para adestrar mulheres de gerações ainda mais patriarcais, quando o espaço feminino se resumia ao espaço doméstico, quando manter o matrimônio era um “dever” da mulher, ainda hoje são perpetuados e causam distorções significativas na sua maneira de viver relacionamentos.

As mulheres não são mais ou exclusivamente “donas de casa” e “mães de família”, trabalham, podem ser independentes financeiramente, administrar grandes negócios… Mas não se quebrou a base cultural que as leva a acreditar que, mesmo quando tudo indica que não, algo mágico pode acontecer e fazer um romance dar certo. Como o sapato de cristal, ou apenas um beijo… Elas ainda almejam o amor perfeito, ainda acreditam que ele possa ser real e acontecer com todas. Em nome desse sonho, enxergam do outro apenas o que interessa ver, perdoam tudo, pensam que o outro pode ser salvo, resgatado, e que a derradeira recompensa será o amor esperado…

É preciso resistir à tentação de acreditar nos contos de fada. Eles são histórias, lindas histórias, mas apenas isso. No mundo real contemporâneo, no mundo da sociedade do espetáculo, do amor líquido, tudo é efêmero. O “felizes para sempre” nunca existiu, e, atualmente, dura ainda menos do que durava algum tempo atrás. As pessoas, especialmente os homens, estão mais egoístas, superficiais, insensíveis.

Então, páre e reflita: você pode estar querendo transformar um idiota em um príncipe encantado.

Inteligência é o maior afrodisíaco que um homem pode oferecer - Por Kika Salvi


Nem de longe é a beleza de um homem que encanta a mulher. Para a sorte de vocês (ou azar, vai saber...), nosso barato é diferente, e pode ser definido, entre outras coisas, como "virilidade". Essa definição tem muito pouco a ver com coçadas supostamente discretas nos testículos, cuspidelas na sarjeta ou exaltação do sistema nervoso diante de 22 homens suados correndo no gramado, imbuídos do espírito de encaçapar a gorduchinha.
Vai muito além da testosterona exacerbada.
Tem a ver com autoconfiança, sempre. E com perspicácia, qualidade muito rara num homem. Ou você pensou que seria fácil? Não ligamos pra barriga, careca ou pneuzinhos, até porque sabemos muito bem que nada disso atrapalha, tanto quanto o seu oposto pode ser absolutamente desprovido de encantos se não vier acompanhado de um perfil psicológico substancioso.Mas o que afinal de contas isso quer dizer, nunca te explicaram. Então lá vai.
Voltemos à virilidade.
Acho que poucas coisas nesta vida são mais eróticas e provocantes do que a inteligência. E quem a tem também possui senso de humor - porque somente os inteligentes não levam nada muito a sério e sabem se divertir mesmo com as intermináveis chatices cotidianas. Então temos inteligência e senso de humor, que somados à malícia (outro atributo dos neurologicamente privilegiados) arrebatam as mulheres e tornam um homem ainda maior aos nossos olhos. Porque não basta pregar a gente na parede. Isso todo ser munido de um bom falo é capaz. É preciso, para se diferenciar da varonil multidão, despertar nosso impulso primitivo racionalmente ativável.
Eternamente alunas
Vocês olham uma mulher e pensam: "Meu Deus, que peitos, que nádegas, que cinturinha escultural, que boca mais lasciva...", e já começa o devaneio e o desejo de abater.
Nós, não. É impossível uma mulher (minimamente inteligente, claro) olhar para um homem esteticamente interessante e, sem nenhuma conversa, desejar ser invadida. Não. Eis aqui a diferença: nosso desejo de invasão não prescinde do intelecto (você já deve ter presenciado o olhar admirado e sensual das alunas de um grande professor). É preciso passar primeiro pela porta da razão para chegar à porta da alegria. E quanto melhor for o instrumento pensante do sujeito, maiores as chances de acolhida de um outro também interessante e mais mecânico agente.
Porque mulher gosta mesmo é de ser surpreendida, e isso só acontece quando se depara com alguém mais esperto do que ela. Todos sabem o jogo que estão jogando, esse interminável gato-atrás-do-rato que motiva nossa vidinha. E é preciso reconhecer as suas regras, o que requer maturidade. Homem que baba demais, no chance. Os que bajulam e não convencem, também. Os cafas, cruz-credo! A gente tem olho clínico pra eles e passa longe quando os vê. Os demasiadamente (ou precipitadamente) românticos têm grande chance de morrer na praia, porque acaba o desafio. Os posudos e pretensiosos não duram mais do que uma noite. Restam então os inteligentes.
Estes, sim, sabem do que somos feitas. E sabem que, por trás de toda empáfia, vaidade ou sedução, está um bichinho indefeso em busca de acolhimento, louco por um colo.A virilidade está nisso, na consciência masculina de que não somos assustadoras nem lascivas, mas apenas mulherzinhas assustadas e ávidas por um olhar que nos descubra. E nos devore, de preferência.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sapatos significantes ou significados?



Não há como negar que os sapatos possuem uma linguagem própria que estabelece  padrões sociais e até sugerem interpretações das mais diversas. Sapatos feitos de materiais exóticos como crocodilo e avestruz representam sensualidade e poder econômico. Couros duros e pesados possuem uma conotação mais masculina e forte, e o uso de materiais mais delicados em sapatos do mesmo modelo sugerem individualidade extrovertida e brilhante.
Couros macios indicam uma sensualidade discreta enquanto os mais duros são uma afirmação de virilidade. Os modelos sapatilhas, mules, babuches, sapatos de cardeal e sandálias de salto alto possuem uma conotação sexy ao passo que, os sapatos tipo Oxford, tamancos, mocassins, muitos modelos de sandálias e botas de salto rasas, são considerados calçados sensatos.

Os pés são, além de ponto estético, uma área de grande sensualidade em todas as culturas.
Freud postulava que o sapato feminino simboliza a vagina. O ato de calçar os sapatos,
portanto, seria uma simbologia do ato sexual. Estudos mostram que há pinturas em
cavernas da França e da Espanha indicando a existência de calçados já em 10.000 a.C. No
Egito antigo, por volta de 3.100 a.C. a 32 a.C., apenas os nobres usavam sandálias de couro.
Os Faraós usavam sandálias deste tipo adornadas com ouro. Os Etruscos que dominaram
toda a região leste da Itália por volta de 4.000 anos atrás, usavam botas altas, amarradas,
com pontas viradas, uma clara evidência da importância de uma suposta moda, uma vez
que o clima quente da região tornava o uso de botas desnecessário e até desconfortável. Já
os gregos antigos, chegaram a usar um modelo diferente em cada pé e demonstravam a
importância do calçado na sociedade da época: não se usavam sandálias dentro de casa,
mas em público elas eram indispensáveis.

sábado, 13 de março de 2010

Pesquisa revela que 96% das mulheres se arrependem por jogar fora seus calçados, enquanto apenas 15% se sentem mal por terminar um relacionamento

Ligia Hipólito




Estudo britânico prova que, para as mulheres, é mais fácil lembrar do primeiro par de calçados do que recordar da pessoa com quem tiveram o primeiro beijo

Namorados ou sapatos: o que é mais importante no universo feminino? Um novo estudo britânico, divulgado pelo jornal Daily Mail, garante que a relação de amor das mulheres e seus calçados supera paixões de qualquer espécime. Logo, os homens ficam, literalmente, em segundo plano.

A pesquisa, encomendada pelo site Tszuji, foi realizada com mil mulheres e revela que 92% delas conseguiu recordar do primeiro par comprado com o próprio dinheiro, enquanto menos de duas em cada três se lembraram do nome da pessoa em quem deram o primeiro beijo. Outro dado ainda mais curioso prova que 96% se arrependem ao se desfazer de seus calçados, enquanto apenas 15% se sentem mal por darem o fora em um namorado.



A obssessão de Carrie (interpretada por Sarah Jessica Parker), de Sexy And The City, também é comum em mulheres na vida real

Aqueles que acompanham os episódios do seriado americano Sexy And The City devem ter associado esses resultados com as atitudes compulsivas de Carrie. A personagem, interpretada por Sarah Jessica Parker, supera qualquer problema pessoal quando vai à caça de sapatos.

A relação das mulheres com esses acessórios do universo feminino é bem explicada por Glendon Lloyd, responsável pela pesquisa: “As pessoas costumam pensar nas mulheres guardando cartas de amor em caixas de sapato, mas, em muitos casos, os próprios sapatos são ainda mais valiosos”.

E você, também está entre os 92% que não lembram o nome da pessoa em que deram o primeiro beijo?

SAIBA COMO ESCOLHER UM SAPATO BONITO E CONFORTÁVEL

Escolher um sapato confortável ou um modelo da moda? Esse é o dilema que enfrentamos a cada compra. Apesar de parecer que temos que escolher entre a beleza e o conforto, o fato é que podemos ter os dois. Segundo o ortopedista dr. Fabio Ravaglia, sapatos inadequados podem causar sérios problemas de saúde, mas a indústria de calçados evoluiu e já está à disposição do consumidor modelos que reúnem todos os atributos de um bom calçado.Veja as dicas do dr. Ravaglia:

• As mulheres que gostam saltos altíssimos devem restringir o uso destes desses sapatos para ocasiões especiais.

• Compre sempre o sapato no final do dia.

• Peça ao vendedor para medir os seus pés, pois eles aumentam com a idade.

• Experimente os dois pés para ter certeza que ambos estão confortáveis. Os pés podem variar de tamanho. O correto é optar por um sapato que deixe uma folga equivalente a um centímetro.

• Ande um pouco com os sapatos novos pela loja para sentir como se adaptam aos pés.

• Nunca compre sapatos sem experimentar, mesmo que você saiba que o tamanho está correto.

• Observe se o sapato se adapta aos dedos — que devem ficar livres dentro do sapato — e ao calcanhar.

• Sandálias abertas não são adequadas para caminhar! O uso de sandálias força a musculatura dos dedos. Prefira sandálias com tiras que prendam os pés ao calcanhar.

• Sapatos com solas macias e absorventes podem ser mais confortáveis, principalmente se a atividade profissional o obriga o usuário a ficar muitas horas em pé.

• Esqueça aqueles períodos de amaciar os sapatos! Não compre sapatos apertados nem largos. Os largos em demasia podem provocar bolhas nos pés.

• Lembre-se sempre que o sapato deve se adaptar aos seus pés e não os seus pés devem se adaptar aos sapatos.

Para ler:

Eu quero aquele sapato!
Autora: Paola Jaccobi
Editora: Objetiva
Sinopse: O livro tenta explicar com muito bom humor o motivo da obsessão das mulheres por sapatos e também dá dicas de moda, como usar o calçado certo a depender da ocasião. Traz dados históricos e até um estudo que mostra que é possível saber muito da personalidade de uma pessoa a partir do tipo de sapato que ela usa.

Preco sugerido: R$ 27,90 no site Americanas.com

Curiosidades na "loucura" por sapatos

Imelda Marcos e o marido Ferdinand Marcos, casal saqueou tesouro filipino e torrou tudo em sapatos, jóias e viagens


Imelda Marcos, ex-primeira dama das Filipinas, não é uma mulher que merece notoriedade por boas ações. Ela ficou famosa mesmo foi como esposa do ex-ditador Ferdinand Marcos, exilado das Filipinas em 1986, quando perdeu o poder num levante popular. Por ser mulher de um ditador, já tem pontos negativos na biografia e por ser cabecinha de vento, sua escala de comportamento desce a níveis abaixo de zero. Filipinas é dos muitos países do mundo em que sua população vive na miséria. Pois dona Imelda, quando era primeira dama, ganhou fama de percorrer o mundo comprando sapatos caríssimos e exclusivos, enquanto seu povo estava à míngua, a mercê do marido ditador. Mas, o povo filipino parece ter perdoado suas leviandades e até criou um museu para ela. Em 2001 foi inaugurado o museu de calçados de Imelda, atração turística na cidade filipina de Marikina.

Na história recente do seu país, Imelda Remedios (nome de batismo) concorreu duas vezes à presidência. Ela nasceu em Manila, em 1929. Apesar de aficcionada por jóias e sapatos caros – chegou a ter três mil pares – não é nem um pouco burra e em 1996 foi citada entre as 100 mulheres mais poderosas do mundo pela Australian Magazine e Newsweek. A jornalista Carmen Navarro Pedrosa, que escreveu a biografia Ascensão e queda de Imelda Marcos, conta com detalhes que durante 22 anos, a primeira-dama e seu marido saquearam o tesouro do país sem dó nem piedade. A infância pobre de Imelda também é contada no livro. Parece que ela era compradora compulsiva para compensar os anos de miséria e humilhação. Mas e o povo? Pois é, pagou o pato da falta de um bom analista para a primeira-dama.

Síndrome de centopeia, ou as mulheres e seus sapatos

Registros arqueológicos mostram que há pelo dez mil anos os homens das cavernas, no paleolítico, sentiram necessidade de proteger os pés. Instrumentos usados para curtir o couro e fabricar calçados foram encontrados em escavações. No antigo Egito, sapato era sinônimo de status e só quem podia usar eram os nobres, o povo andava descalço mesmo. As sandálias da nobreza egipcia eram feitas com palha, papiro e fibra de palmeira, entre outros materiais frescos e resistentes para o clima saariano. Na Mesopotâmia, quem usava coturno tinha elevada posição social. O resto da população usava um pedaço de couro fixado aos pés por tiras também de couro. Em Roma, sapato era sinônimo de distinção social. Os senadores do fórum romano, por exemplo, só usavam sapatos brancos. As sandálias romanas tradicionais, aquelas que vemos em filmes de época, não podiam ser usadas por escravos. Andar descalço era prova da condição servil e da ausência de cidadania. A fabricação em massa de sapatos só começa em 1760, quando a primeira fábrica foi construída nos Estados Unidos, em Massachusetts. Antes disso, quem tinha a tarefa de calçar nobres e plebeus eram os artesãos (mestres sapateiros) . Até meados do século XIX os dois pares de sapatos eram iguais, sendo que na Idade Média homens e mulheres usavam o mesmo modelo de sapatilha de couro. Pé direito e pé esquerdo só apareceriam em 1822, na Filadélfia.


No Brasil, sapato só virou moda a partir da chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, e os calçados usados pelos brasileiros do período, principalmente os membros da nobreza palaciana e os mais ricos, vinham direto da Europa. Até 1920, o modelo mais usado no país pelas mulheres era o borzeguin, uma espécie de bota de cano curto. Isso porque mostrar o pé era algo tremendamente erótico naquele período e moça de família não andava com pé à mostra, tentando os olhares alheios. Vejam vocês que vida dura tinham as nossas bisavós.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sapataria básica

A figurinista, consultora de imagem e personal stylist Nazareth Amaral elegeu os calçados básicos de um guarda-roupa feminino. Com os 11 modelos abaixo, ela garante que qualquer mulher estará pronta para qualquer ocasião.
1) Escarpin preto de salto fino (de 8cm a 10cm) e bico fino. Serve para ocasiões importantes, como jantares, festas, reuniões e eventos.
2) Sandália de tira de salto fino (de 8cm a 10cm). Deve ser usada quando a intenção é arrasar em festas, eventos e jantares. A cor pode variar, mas é preferível garantir um tom neutro. “É bom lembrar que, para usá-las, os pés devem estar bonitos, saudáveis e com as unhas feitas”, adverte Nazareth.
3) Peep toe com salto (de 4cm a 8 cm). Ideal para o trabalho e compromissos importantes. É elegante e funciona com saia ou calça.
4) Peep toe modelo sapatilha. Confortável e elegante, pode ser usado no trabalho, mas deve ser evitado por mulheres muito baixas ou com os calcanhares muito grossos.
5) Anabela delicada de salto médio. Cai perfeitamente bem com saias evasês e vestidos.
6) Bota lisa, de salto baixo (estilo montaria), cor café, com o cano até a base do joelho. Serve para qualquer ocasião.
7) Sandália rasteirinha. Pode ser elaborada, de couro, com flores, pedrinhas ou strass.
8) Sapatilha fechada. É confortável e fica bem com shorts, bermudas, saias e calças mais justas na barra.
9) Tênis para esportes.
10) Chinelo delicado de borracha, estilo Havaianas.
11) Tênis de cano alto. Para caminhadas, neve, trilhas e outras aventuras.

O fascínio das mulheres pelos sapatos

Resposta para a paixão pode estar na função democrática do acessório, que veste bem todas as silhuetas

Os homens se esforçam para entender, já que o guarda-roupa deles comporta apenas um par de tênis, um sapato social, um chinelo de dedo e... vá lá, uma bota. Por mais que as mulheres tentem, não conseguem explicar a eles por que três escarpins, quatro botas, cinco sandálias, duas sapatilhas, quatro rasteirinhas, dois tênis e um mocassim (isso nos casos mais econômicos) podem causar tanto espanto. O fascínio feminino por sapatos sempre foi (e sempre será) algo enigmático. Cinderela que o diga. Para o designer brasileiro Fernando Pires, a personagem de conto de fadas é a maior culpada por essa obsessão.

– Desde criança, as mulheres descobrem que, junto com o sapatinho de cristal e o salto alto, vem um príncipe encantado e um castelo – brinca Pires.

Para o gaúcho Maurício Medeiros, que calça famosas de todo o mundo e teve seus sapatos exibidos em episódios do seriado Sex and the City, é na infância que essa paixão nasce.

– As mulheres têm em sua essência uma matriz de feminilidade que o sapato representa. Desde os dois, três anos de idade, quando calçam os saltos da mãe, pensam inconscientemente serem mais mulheres por causa disso – reflete.

O argumento da jornalista Paola Jacobbi, jornalista da revista Vanity Fair italiana e autora do livro Eu Quero Aquele Sapato!, é menos fantasioso.

– O calçado é democrático, não põe em discussão o corpo. Calçam as gordas, magras, feias ou bonitas, supermodelos ou meras mortais. Você pode se encaixar em qualquer padrão e ter o sapato que bem entender – analisa.

A predileção feminina por sapatos, independente do modelo, atinge da mais fashionista à mais desapegada das mulheres. No Brasil, a média de sapatos nos closets femininos é alta. A pesquisadora Vanessa Tobias, da Universidade do Estado de Santa Catarina, fez um estudo com 448 mulheres de diferentes faixas etárias e classes sociais. Descobriu que cada uma tem em média 34 pares de sapato. A Azaleia encomendou pesquisa semelhante ao instituto Ipsos Marplan. Ela aponta que cada brasileira possui em média 11,8 pares de sapatos, sem levar em conta os chinelos e as sandálias de borracha. A comparação entre as duas pesquisas sugere que mulheres do Sul do país costumam ter um closet mais recheado, até mesmo em função do clima. Dificilmente, uma moradora do Nordeste se preocuparia com botas e outros sapatos fechados.

Há quem faça do amor o seu próprio negócio. A atriz gaúcha Angelita Feijó, acostumada a abarrotar o armário de calçados, lançou há um mês sua própria coleção. São 40 modelos.

– Sempre fui doida por sapatos – admite. – Desde criança, fico olhando para os pés das pessoas. É até chato, mas não há melhor maneira de conhecer o bom (ou o mau) gosto de alguém. Já deixei de sair com um homem porque ele calçava sapatos horrorosos.

Com todo o conhecimento que uma “adoradora de sapatos” acumula durante a vida, Angelita desenvolveu uma coleção elegante, que já vendeu metade do estoque.

Celebridades desenhando sapatos é um fenômeno que reflete a tendência atual. Há algumas temporadas, eram os cosméticos os alvos mais estimados das famosas com inclinações empresariais. Atualmente, a indústria da moda está com os olhos tão voltados para os pés que os sapateiros de luxo dividem o hall da fama com os grandes estilistas de alta-costura

Os designers

Manolo Blahnik – O mundo passou a conhecer o estilista espanhol graças à paixão que Carrie Bradshaw, personagem de Sex and the City, declarava, episódio sim e outro também, às criações do designer. Mas faz muito mais tempo que as estrelas se derretem por ele. Bianca Jagger chegou ao Studio 54 montada em um cavalo e calçando uma criação sua. Madonna já declarou que “um par de Manolos é melhor que sexo, e ainda duram mais”. O artesão faz questão de acompanhar todo o processo de fabricação de suas peças e tem apenas duas lojas: uma em Londres e outra em Nova York.

Christian Louboutin – O solado vermelho anuncia que as peças têm assinatura do francês Louboutin, principalmente se tiverem saltos com mais de 12cm. Preferido de celebridades fashionistas como Nicole Richie, Dita Von Teese e Katie Holmes (que já mandou fazer sapatos sob medida para a filha, Suri, de três anos), Louboutin é o mais “in”. Mistura cores fortes e utiliza aplicações imponentes, como flores de pétalas de seda e plumas. O preço do glamour é alto: R$ 3 mil cada par. No último mês, o shoemaker abriu sua primeira loja brasileira, no Iguatemi de São Paulo, com uma vantagem única no mundo: sapatos parcelados em até três vezes.

Jimmy Choo – O designer chinês nascido na Malásia vem de uma família de sapateiros, mas viu sua marca virar artigo de luxo depois que se associou a Tamara Mellon, editora de acessórios da Vogue britânica, em 1996. A ideia de criar peças exclusivas para as hollywoodianas pisarem nos tapetes vermelhos foi o seu pulo do gato. Bastou as atrizes Angelina Jolie, Cate Blanchett e Halle Berry desfilarem seus pares por ai para que a marca virasse hit. Jimmy Choo é famoso por suas sandálias de tiras e pelas estampas, sobretudo as de animais.

Maior (e mais maluca) colecionadora

Imelda Marcos, ex-primeira-dama das Filipinas, é considerada a maior colecionadora de sapatos e a mais famosa apaixonada por esse acessório da História. A viúva do ex-ditador Ferdinand Marcos chegou a inaugurar um museu dedicado aos próprios calçados, na cidade de Manilla, há oito anos. Na época, declarou que a exibição era um símbolo do “espírito e da cultura” do povo filipino. Muitos dos pares lá expostos foram resgatados do palácio presidencial depois que Imelda e seu marido fugiram do país, em 1986, derrubados durante uma revolta popular. A oposição tomou o palácio e encontrou, no imenso closet da ex-miss Filipinas, 3 mil pares de sapatos, muitos dos quais nunca haviam sido usados. No “modesto” guarda- roupa, ainda tinha cerca de 500 sutiãs e uma enorme variedade de outras peças de vestuário. Em 2006, Imelda lançou sua própria grife. Curiosamente, a Coleção Imelda não incluía sapatos, mas sim joias e acessórios. Pesquisa: Carolina Tavaniello

Porque é que as mulheres gostam tanto de sapatos?

"Quando aquela mulher me disse: "Deixa-me ver os teus sapatos" eu senti que estava realmente a ficar velha. Olhei para baixo e estava a usar um par de flip-flops. Já não consigo correr para o supermercado de saltos altos" - Sarah Jessica Parker

Sai para comprar dois pneus para meu carro, passei diante de uma vitrine e não resisti comprei dois pares de sapatos, mas não era qualquer par de sapatos, eram dois scarpins altíssimos. Sai da loja me perguntando “Porque???”, pois o que mais tenho é sapatos, todos novos, vários scarpins altos, me peguei, estou anormal????? Deixar de comprar os pneus (item ultra necessário de segurança) para o meu carro e comprar um item meramente por vaidade, afinal não sou uma adolescente, tenho 50 anos. Voltei para casa me perguntando o que me levou a esse ato? Infornet que sou, me coloquei a vasculhar a Internet para achar resposta para minha pergunta, me tranqüilizei ao saber que não era a única a me preocupar com tal assunto, localizei respostas diversas.

Me lembro de alguém ter mencionado a Síndrome de Cinderela, que explica o que acontece quando não achamos o homem dos nossos sonhos, nos amarramos em comprar sapatos, pois, estamos sempre buscando o que vai nos encaixar certinho, a história infantil, que ouvimos na infância nos remete a isso, a esperança de um príncipe a nossa porta oferecendo a experimentar sapatos.

Mas vamos combinar??? Um Salto alto levanta, a moral, o poder, a altura, a estima e o bumbum, não tem como não se sentir bem em cima de um salto (a não ser que você vá enfrentar um dia inteiro em pé no trabalho ou a perspectiva de uma maratona), neste caso não discutimos.

Diga-me quem nunca, quando criança, não calçou o sapato da mãe ou da irmã mais velha, ou mesmo quando adolescente não quis sair com o sapato delas. Porque isso nos faz sentir crescidas, ". E com a idade adulta as coisas não mudam assim tanto. As mulheres continuam a usar sapatos para se sentirem "mais crescidas" seja a nível emocional, amoroso, físico ou simplesmente "mais poderosas".

Até a algumas décadas atrás este poder estava restrito a certas elites de mulheres como as atrizes milionárias, acontece que hoje em dia este objeto, até então visto como um objeto de luxo ou de pura necessidade, passou a fazer parte do cotidiano de qualquer mulher anônima e passou a ter uma nova designação: objeto de desejo.

Algo que, curiosamente, marca todas as mulheres - e eu falo por experiência própria e das mulheres que me são mais próximas - é a compra dos seus primeiros sapatos. É algo que não se esquece. As mulheres sentem uma espécie de afirmação da sua independência quando a aquisição dos seus primeiros sapatos e é algo que fica para sempre. Os sapatos deixam de ser um mero objeto para tapar e proteger os pés para serem um verdadeiro objetos de culto e expressão da personalidade da mulher.

O que é mais curioso é que passa a ser quase que um código aceite naturalmente pela sociedade - homens e mulheres - e se estas os usam para expressar sinais, aqueles usam-nos para reconhecerem esses mesmos sinais.

Vamos ainda mais longe! Não precisamos de ser psicólogos, sociólogos ou antropólogos para perceber que acima de tudo os sapatos das mulheres falam uma linguagem única e simples: a linguagem do sexo. Uma mulher de vestido preto, simples, de saltos altos vermelhos e a mesma mulher, com o mesmo vestido, de sabrinas pretas. Imagine? Pois, acho que percebe o que lhe estamos a dizer. Na verdade qualquer mulher se sente imediatamente mais irresistível e sexy com um par de saltos altos. Um vestido ultra-sexy ou uns brincos extraordinários? Não. O reflexo da personalidade de uma mulher, do seu estado emocional e daquilo que pretende transmitir aos outros começa lá em baixo - nos pés.

Através dos sapatos que usa uma mulher consegue transmitir vários aspectos da sua personalidade: atlética, artística, conservadora, arrojada, divertida, feminina. Para além de tudo isso, a compra de sapatos acaba por funcionar como uma espécie de "catarse" para a maioria das mulheres. O que faz quando está deprimida? Compra sapatos.

“O pé, explicou Cohen da NPD, é uma "ferramenta sensual, e os comerciantes já reconheceram a psicologia disso". Eles também já perceberam que apesar, como a escritora Holly Brubach observou uma vez, "de novos sapatos não poderem cicatrizar um coração partido", eles podem temporariamente aliviar os sintomas.”

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mulheres de meia idade posam nuas pra calendário 2010

Dez anos após posarem nuas para arrecadar fundos para caridade, mulheres inglesas de meia idade, conhecidas como Garotas do Calendário, tiraram a roupa mais uma vez para lançar um novo calendário, informa a BBC Brasil.O calendário 2010 traz uma série de 12 imagens inéditas de seis das 11 mulheres que participaram da realização do primeiro, em 1998.
A idéia original foi criada por Angela Baker, que perdeu o marido naquele ano após uma longa batalha contra o câncer. Ela e outras amigas da organização Womens's Institute (Instituto das Mulheres) decidiram embarcar no projeto, acreditando que as vendas de alguns calendários seria o suficiente para comprar um novo sofá para o hospital onde seu marido havia passado seus últimos dias.
Além de ter vendido 800 mil cópias, o calendário deu origem ao filme Garotas do Calendário, lançado em 2004, e já arrecadou 2 milhões de libras (R$ 6,3 milhões) para pesquisas sobre a leucemia.Durante o discurso de lançamento do novo calendário, Angela Baker disse que seu marido "está certamente feliz com tudo o que elas alcançaram".
"Às vezes eu tenho que me beliscar para acreditar que essa é a minha história. Eu sinto tantas emoções, é difícil de explicar", disse ela.A diretora-executiva da instituição de caridade britânica Leukemia Research, Cathy Gilman, disse há 10 anos que "as "garotas" nunca poderiam ter imaginado que arrecadariam tanto dinheiro para ajudar a salvar vidas".

domingo, 7 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher 8 de Março - Mulheres - Vito Cesar




Mulheres serenas, promessas de nada.
mulheres de vento, de sopro divino,
mulheres de sonho, mulheres sentido,
mulheres da vida, melhor ter vivido...
Mulheres de tempo, em que tudo que havia fazia sentido,
mulheres que eu vejo, no sol de janeiro,
mulheres saídas de potes de vidro,
mulheres faceiras, as mais feiticeiras, melhor ter sorrido...

mulheres de tantos e tantos perigos,

mulheres de vinho e de vã harmonia,
mulheres convívio,
mulheres no cio, as mais parideiras, melhor ter nascido...

mulheres de luzes e de absinto,
mulheres que um dia sonhei colorido,
mulheres de santos, mulheres de igrejas,
as mais rezadeiras, melhor sacrifício

mulheres que um dia deitaram comigo,
mulheres tão lindas e de maior juízo,
mulheres de danças,
as tranças nos ombros, meus olhos caídos....

mulheres que fecham a vã poesia,
mulheres que o ouro não tem nem princípio,
mulheres de outono,
o seu abandono, melhor ter carinho...

mulheres de um tempo em que estive sozinho,
mulheres de riso abrindo janelas,
mulheres que sonham,
seu sono macio, melhor o seu ninho....

mulheres do dia e da noite, eternos,
mulheres que lutam, raízes na terra,
mulheres que as feras,
no meio da noite, não mais intimidam...

mulheres espera, no mar do abandono,
mulheres teares, tecendo seu linho,
mulheres tão loucas,
Seu beijo na boca, uma taça de vinho....

sábado, 6 de março de 2010

Mirian Goldenberg - "A mulher de 50 quer ser desejada"

Mirian Goldenberg - "A mulher de 50 quer ser desejada"


A autora de Coroas afirma que as brasileiras sofrem quando deixam de ser paqueradas nas ruas

Martha Mendonça

Como a mulher de 50 anos se enxerga hoje? Para responder a essa pergunta, a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entrevistou brasileiras, alemãs e espanholas. O resultado dessa investigação chega às livrarias na próxima semana sob o título Coroas. Estudiosa de gênero e corpo, Mirian já lançou livros provocadores como A Outra, Infiel e O Corpo como Capital. Seu novo trabalho mostra que as mulheres de 50 anos se equilibram entre duas forças: de um lado, há o peso dos anos. De outro, a conquista da liberdade – inclusive a de não ter obrigação de provar nada. Para Mirian, as mais realizadas são aquelas que não deixam o tempo atropelar os projetos individuais – e as que gostam do corpo, com suas imperfeições e mudanças.
ENTREVISTA - MIRIAN GOLDENBERG

QUEM É

Nascida em Santos, São Paulo, mora no Rio de Janeiro, é doutora em Antropologia Social, tem 51 anos

O QUE FAZ

É professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro


O QUE PUBLICOU

Toda Mulher É Meio Leila Diniz, Os Novos Desejos, O Nu e o Vestido, De Perto Ninguém É Normal, Infiel, A Outra, Notas de uma Antropóloga e O Corpo como Capital

ÉPOCA – O que vai pela cabeça de uma mulher de 50 anos hoje?

Mirian Goldenberg – As questões que mais preocupam as brasileiras são a decadência do corpo e os homens. O corpo aparece de duas maneiras: problemas de saúde como artrites e dores na coluna e, especialmente, com relação à aparência. Essas mulheres não são mais jovens e raramente são magras, ficando longe do padrão valorizado – o que constitui um problema. Em relação aos homens, as solteiras ou separadas queixam-se das mesmas coisas das de 30 ou 40 anos: a dificuldade de encontrar parceiro. Dizem que os interessantes estão casados. As casadas queixam-se das faltas de seus maridos – falta de sexo, de companheirismo ou de dinheiro.
ÉPOCA – Nenhuma está satisfeita?

Mirian – As mais satisfeitas são as casadas há muito tempo, que já passaram pelas cobranças dos papéis de esposa e de mãe, e vivem, com mais liberdade e prazer, a relação com o companheiro. São raras, mas encontrei algumas. Elas se queixam menos da idade e usufruem o momento com mais liberdade para “ser elas mesmas”, como me disseram.

ÉPOCA – Como elas lidam com a sexualidade, sejam solteiras ou casadas?

Mirian – Uma queixa recorrente que encontrei, aqui no Brasil, foi o tratamento de “senhora” e também o fato de não serem mais paqueradas na rua. Elas gostariam de continuar a ser chamadas de “gostosa”, sentem falta de os homens não olharem mais para seus corpos. Essas mulheres continuam querendo ser desejadas – mais até do que desejam o sexo em si. Isso vale tanto para as solteiras quanto para as casadas. Foi interessante observar que algumas mulheres disseram que se sentem mais livres sem um homem, por não terem que satisfazer o desejo masculino. Disseram estar cansadas de fazer sexo, que com a idade vem também a libertação dessa obrigação.
ÉPOCA – Qual é a importância do casamento na vida dessa mulher?

Mirian – Eu criei o conceito de “capital marital” ao descobrir que ter um marido é considerado um verdadeiro bem para as mulheres de mais de 50. As casadas sentem-se duplamente poderosas: primeiro, por ter um marido num mercado em que ele é cada vez mais raro. Segundo, porque acreditam que o marido depende delas, afetiva e psicologicamente. É algo que as faz sentir importantes. “Ele não sabe fazer nada sem mim” ou “Ele me liga 20 vezes por dia” são frases que muitas repetem. Numa cultura como a brasileira, em que o valor feminino está atrelado à figura masculina, num universo em que a mais importante forma de reconhecimento é ser desejada por um homem, “o marido” é um capital extremamente valorizado e a prova definitiva do sucesso feminino. Sua ausência é vista pela maioria como fracasso. Mesmo que o casamento, na prática, não seja feliz.

ÉPOCA – Elas têm preconceito em relação a homens mais jovens?

Mirian – Isso está mudando. Muitas ainda têm medo de assumir uma relação com homens mais jovens porque temem a opinião dos outros ou têm medo de ser abandonadas no futuro. Quanto mais capital tem uma mulher, quando não investe apenas no corpo e na sexualidade, mais é livre para assumir ou não assumir relações das mais diferentes maneiras. Nesse sentido, a velhice está sendo reinventada por toda uma geração de mulheres que não aceitam mais as classificações que lhes são impostas socialmente.

Criei o conceito de ‘capital marital’ ao descobrir que ter um marido é

considerado um verdadeiro bem para as mulheres de mais de 50
ÉPOCA – Há medo da solidão, mas, ao mesmo tempo, sensação de liberdade?

Mirian – Sim. Não imaginei encontrar a extrema valorização da liberdade que encontrei. Muitas mulheres me disseram que esta é a fase da vida em que se sentem mais livres. Depois que passaram por todas as obrigações, como cuidar do marido, dos filhos, muitas vezes fazer sexo sem vontade, elas dizem que podem, pela primeira vez na vida, ser “elas mesmas”, ter os próprios projetos, cultivar as amizades, ter mais prazeres. Outro fato que me surpreendeu é que elas quase não falam dos seus trabalhos, filhos ou netos. Falam muito sobre o próprio corpo, o marido (ou a falta dele) e as amizades. Eu imaginava que o trabalho e a família teriam um peso maior na vida dessas mulheres, mas isso quase não aparece em seus depoimentos.
ÉPOCA – No que as mulheres brasileiras diferem das alemãs de 50 anos que você pesquisou?

Mirian – As alemãs não estão tão preocupadas com o corpo, a aparência e muito menos com a falta ou ausência dos homens em suas vidas. Elas se preocupam muito mais com a realização profissional, com o poder que conquistaram, com o respeito que sentem por sua inteligência, idéias, personalidade. As alemãs me pareceram muito mais ligadas à qualidade de vida que conquistaram. Casa, viagens, amizades, programas culturais. Não se sentem velhas, mas mais maduras, seguras, confiantes. Não parecem ter medo da solidão e a liberdade é algo extremamente valorizado, não apenas aos 50, mas desde sempre. Acham falta de dignidade uma mulher querer ser mais jovem do que é. Também não se preocupam em ser sexy. Parecem muito mais poderosas que as brasileiras. No Brasil, observei mulheres poderosas objetivamente, mas aparentando ter uma subjetividade “miserável”, sentindo-se menos “capitalizadas” por estar envelhecendo. Lá, não percebi esse descompasso. Aqui, o envelhecimento é vivido como um momento de perda de capital do corpo e da sexualidade. Lá, como um momento de colheita.

ÉPOCA – Que tipo de mulher costuma ter mais problemas com o envelhecimento?

Mirian – As que só olham para o que estão perdendo. As que se comparam às mulheres de outras faixas etárias ou a si mesmas no passado. As que se agarram aos modelos preconcebidos do que deve ser uma velha.
ÉPOCA – Quando é que a mulher de 50 anos é mais feliz?

Mirian – Quando tem um projeto próprio que não começa aos 50, mas muito antes. Quando percebe o envelhecimento como uma continuidade desse projeto e não como uma ruptura ou como um momento de mudanças. Quando não aceita as classificações e os estigmas sociais e faz da própria vida uma permanente invenção. Quando gosta de seu corpo com suas imperfeições e mudanças. Quando não se paralisa ou quer imitar modelos de corpo, comportamento e desejos dos mais jovens. Quando não tem preconceitos ou modelos muito rígidos de ser homem e ser mulher, ser velho e ser jovem. Quem sabe a geração dos anos 60, que reinventou a sexualidade, o corpo, as novas formas de conjugalidade e de casamento, as novas famílias, as novas formas de ser mãe e pai, vai também inventar uma nova forma de envelhecer? É uma geração que pode optar por não se aposentar de si mesma. Que não aceitará uma identidade coletiva que sempre rejeitou e contestou.

50 anos Fase das Vitaminas

50 anos


A fase das vitaminas

"As mulheres têm hábitos diversos, e por isso suas carências nutricionais variam bastante. Suplementos alimentares são importantes, mas não se deve tomá-los sem acompanhamento médico", diz Luiz Roberto Ramos, chefe do departamento de geriatria da Universidade Federal de São Paulo.

Esta é a fase na qual a mulher passa por sua transformação mais radical: a menopausa. É quando se encerra a capacidade reprodutiva. A transformação é a seguinte: o nível de estrógeno despenca 75% em relação a seu ponto máximo. Os sintomas são insônia, variação no humor, perda de memória. Além disso, há um maior acúmulo de gordura por todo o corpo (inclusive nas orelhas e embaixo dos olhos).

Para manter o peso, a mulher de 50 precisa ingerir 50 calorias menos por dia do que quando tinha 40 anos. A pele vai ficando mais fina e frágil. Os cabelos estarão grisalhos, mais grossos e secos. A vida sexual também fica mais complicada. A perda de estrógeno provoca ressecamento nas paredes vaginais, perda de elasticidade e, com freqüência, dor durante a relação. O problema é que o desejo sexual da mulher não diminui. Hoje há medicamentos para suprir a redução da produção natural de estrógeno. Existem também lubrificantes vaginais.
Aos 50 anos de idade, em geral, a mulher tem filhos adultos. Freqüentemente tem netos. Do ponto de vista familiar, se ela ultrapassou bem a década dos 40, está com a vida estabilizada. Precisa cuidar da saúde. Deve tomar doses extras de cálcio e vitaminas, fazer exames clínicos em intervalos menores, exercitar-se religiosamente. Mas muito provavelmente terá tempo e disposição para fazer o que gosta e ser feliz – coisa que até então, como vivia mais para os outros que para si mesma, era praticamente impossível.

Um estudo feito no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que os idosos vivem, hoje, em condições bem melhores que os jovens. E as mulheres estão no alto dessa onda. Entre 1986 e 1998, o número de idosas com renda superior a dez salários mínimos dobrou. Isso porque elas passaram a trabalhar em postos mais bem remunerados e a ter direito a aposentadoria mais alta.

Outros fatores melhoraram a vida da mulher na velhice. Nos anos 70, os casais tinham, em média, seis filhos. Hoje são apenas dois. Famílias pequenas desgastam menos a mulher, emocional e fisicamente. Segundo o IBGE, a expectativa de vida das brasileiras, atualmente, supera em oito anos a dos homens – e aumentou em dois anos na última década.

Costanza Pascolato


Fotos Ivson/Leo Feltran
Ouça depoimento da empresária

“Eu não penso em juventude perdida. Tento ser o melhor hoje.”

“Os homens precisam saber valorizar a experiência da mulher mais velha.”

“Preciso estar à vontade na minha vida e interessada em novos projetos para ficar feliz”
"Acho que tenho sorte, pois tive uma vida muito mais variada que a maioria das pessoas. Eu sempre penso: tenho de estar à vontade na minha vida e com projetos pela frente. Aí meus olhos brilham. Se há alguma coisa que me incomoda, eu mudo. Quando faço isso, sinto a melhora na hora. Até a pele ganha viço. Quando estou infeliz, mal saio do carro. O envelhecimentro é mais cruel para as mulheres porque elas sofrem ao perder a juventude – e quando a pessoa sofre ela fica vulnerável. Mas eu não penso na idade e me sinto bem. Acho que sou mais feliz do que era quando adolescente. Talvez não seja mais bonita, mas com certeza sou mais sedutora."
A empresária e consultora de moda nasceu na Itália em 1940, mas vive no Brasil desde menina. Tinha 50 anos e acabara de se livrar de uma depressão quando a foto maior foi tirada.

O que eu não quero (Mário Quintana)


Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...
E não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ela é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!

Um texto de Clarice Lispector - Ela fala por mim

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Doida ou Santa? Marta Medeiros


"Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa”.
São versos de Adélia Prado, retirados do poema A Serenata. Narra a inquietude de uma mulher que imagina que mais cedo ou mais tarde um homem virá arrebatá-la, logo ela que está envelhecendo e está tomada pela indecisão - não sabe como receber  um novo amor não dispondo mais de juventude. E encerra:  “De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?”
Adélia é uma poeta danada de boa. E perspicaz. Como pode uma mulher  buscar  uma  definição exata para si mesma, estando em plena meia-idade, depois de já ter trilhado uma longa estrada onde encontrou alegrias e desilusões,  e  tendo  ainda  mais  estrada  pela frente?  Se ela tiver coragem de passar por mais alegrias e desilusões - e a gente sabe como as desilusões devastam - terá que ser meio doida. Se preferir  se abster de emoções fortes e  apaziguar  seu  coração, então a santidade é a opção. Eu nem preciso dizer o que penso sobre isso, preciso?
Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa.. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe??? Nem ela, caríssimos, nem ela.
Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu  tanto  azar  em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores  que  passou  a  se  contentar  com  dias  medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.
Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).
Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar  uma vida, não é mesmo? Mas, além disso,temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca,   pensaremos  em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado  pelo  Johnny  Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada,dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a  idade  que   tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseja mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.'

A Serenata Adélia Prado

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu dessespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

O nu sobre a luz da lua....uma historinha....

O nu sobre a luz da lua....uma historinha....
Terça feira de Carnaval, madrugada, cansaço, muito cansaço, o jovem casal ia pela rua se arrastando de exaustão....
Parei para me lembrar deste fato ocorrido a 30 anos atrás.....fazer cinqüenta anos dá nisso (nostalgia).
O marido me sugeriu parar no apartamento da irmã para podermos dormir um pouco depois da noite de folia, era metade do caminho para chegar em casa, a irmã em questão havia viajado e deixado o pequeno apartamento aos cuidados do irmão, aceitei de imediato a oferta pois meus pés já não agüentavam, apesar dos 20 aninhos era o último dia de carnaval, a folia tinha me esgotado.
Entrei em um apartamento totalmente estranho, nunca havia estado lá, era minúsculo, (ridículo chamar aquilo de apartamento), era um cômodo só com um minúsculo banheiro e um canto que lembrava uma cozinha, no meio do que supostamente parecia uma sala conjugada com um quarto, havia uma cama de casal, o lençol muito bem esticado, e a grande janela (a única coisa de bom tamanho) a luz da lua penetrava através do vidro e iluminava a grande cama tão convidativa, a cena era muito mais gostosa do que bonita.
Ao abrir a porta e me depara com aquela cama e aquela luz da lua iluminando tudo, nem havia necessidade de acender a luz, de tão claro que estava o pequeno apartamento. Corri para o banheiro tomei uma boa chuveirada e me lembro que a água estava extremamente fria, mas gostosa, rapidamente mergulhei na cama sem travesseiro, sem lençol de cobrir, sem absolutamente nada, nem me preocupei em vestir a roupa tal era meu cansaço, deixei a fantasia de carnaval jogada no canto. Logo após meu marido foi para o banho.
Lembro-me ter adormecido imediatamente.
De repente acordei com muitos beijos nas costas, nem acreditava....o marido ainda ter gás naquela noite depois de tanto carnaval, o meu já tinha se esgotado, me virei sonolenta para protestar e manifestar o meu cansaço mas .......me deparei assustada com dois olhos azuis lindos, um perfume diferente, uma mão macia .....a primeira impressão foi de que estava tendo um maravilhoso sonho, mas um sino do juízo bateu o susto me sacudiu e o estranho lindo dono dos olhos azuis também, foi como se tivéssemos levado um grande choque.
Foi a situação mais constrangedora que eu nem me lembrava que havia passado, foi inusitado.
Imagina a cena, você dormindo nua em uma cama estranha de um apartamento estranho e de repente entra um lindo deus grego te acorda com beijos deliciosos imaginando você ser a sua namorada. O susto e a surpresa foi tanta quanto o constrangimento do momento após. Tudo ficou esquecido no fundo do baú do meu inconsciente, até cinco anos após o fato.
Estava eu começando a tão tardia faculdade, no primeiro dia de aula entra o tão esperado, comentado e cobiçado pelas alunas o professor de Administração, matéria principal do curso, e para surpresa minha o tal deus grego, dono do mais lindos olhos azuis que já tinha visto entrou na sala de aula, e era nada mais nada menos que o lindo estranho do beijo da noite do meu nu a luz da lua do ultimo dia de carnaval a 5 anos antes, foi ai que me lembrei da cena novamente, tentei me ocultar deslizando para baixo da carteira, mas fui imediatamente reconhecia por ele, que soltou a frase irônica – eu te conheço- disse isso apontando pra mim, eu queria que chão se abrisse, respondi –e como professor!!!! – mas já não havia jeito de ocultar o jeito foi enfrentar afinal eu teria que conviver com ele por um bom tempo de curso. Mas para o meu espanto, que durante todo o curso  ele nunca mencionou o fato, mesmo eu tendo uma convivência mais próxima a ele como sua monitora, foi como se não tivéssemos nunca nos encontrado fora dali. Não preciso mencionar que isso foi de grande alivio.
Então 50 anos, trinta anos se passaram, ia eu pela rua triste e pensativa com várias indagações sobre a minha vida e a nova fase, a nova idade, a menopausa, a separação enfim o rumo novo que a minha vida vinha passando. Senti um perfume conhecido pairando no ar da rua, senti uma mão segurar meu braço, me assustei, me deparei de repente com um jovem senhor com lindos olhos azuis, me olhando, cabelos lindos grisalhos e sorriso de satisfação maravilhoso, então o tal professor se transformou em um lindo senhor e que senhor!!!!. Ele demonstrava sem o menor disfarce uma alegria de estar ali me reencontrando e não cansava de repetir o quanto eu estava bem e o quanto se lembrava de mim durante todo este tempo. E de repente ele fica sério e muito sem jeito diz pra mim que gostaria de confessar uma coisa que guardava todos esses anos, fiquei curiosa, foi quando ele declarou que tinha muita vontade que eu soubesse  o quanto a imagem do meu corpo nu na cama a luz da lua naquela noite mexeu com ele e o quanto aquela cena nunca havia saído da sua cabeça, essa imagem.
Enfim 50 anos....levei trinta para saber que algum dia mexi profundamente com o tal cobiçado e lindo professor da faculdade....e viva a auto estima!!!!!!!!!!!!!!!!!!


quarta-feira, 3 de março de 2010

Marta Medeiros


Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.




Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!