Registros arqueológicos mostram que há pelo dez mil anos os homens das cavernas, no paleolítico, sentiram necessidade de proteger os pés. Instrumentos usados para curtir o couro e fabricar calçados foram encontrados em escavações. No antigo Egito, sapato era sinônimo de status e só quem podia usar eram os nobres, o povo andava descalço mesmo. As sandálias da nobreza egipcia eram feitas com palha, papiro e fibra de palmeira, entre outros materiais frescos e resistentes para o clima saariano. Na Mesopotâmia, quem usava coturno tinha elevada posição social. O resto da população usava um pedaço de couro fixado aos pés por tiras também de couro. Em Roma, sapato era sinônimo de distinção social. Os senadores do fórum romano, por exemplo, só usavam sapatos brancos. As sandálias romanas tradicionais, aquelas que vemos em filmes de época, não podiam ser usadas por escravos. Andar descalço era prova da condição servil e da ausência de cidadania. A fabricação em massa de sapatos só começa em 1760, quando a primeira fábrica foi construída nos Estados Unidos, em Massachusetts. Antes disso, quem tinha a tarefa de calçar nobres e plebeus eram os artesãos (mestres sapateiros) . Até meados do século XIX os dois pares de sapatos eram iguais, sendo que na Idade Média homens e mulheres usavam o mesmo modelo de sapatilha de couro. Pé direito e pé esquerdo só apareceriam em 1822, na Filadélfia.
No Brasil, sapato só virou moda a partir da chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, e os calçados usados pelos brasileiros do período, principalmente os membros da nobreza palaciana e os mais ricos, vinham direto da Europa. Até 1920, o modelo mais usado no país pelas mulheres era o borzeguin, uma espécie de bota de cano curto. Isso porque mostrar o pé era algo tremendamente erótico naquele período e moça de família não andava com pé à mostra, tentando os olhares alheios. Vejam vocês que vida dura tinham as nossas bisavós.
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